quinta-feira, 31 de maio de 2012

Reflexões sobre os desafios cotidianos dos/das gestores/as


Algumas questões destacaram-se no processo de reflexão sobre a gestão. Infelizmente temos muitas pessoas que são indicadas para desempenhar atividades nas Prefeituras apenas por critérios políticos. Muita gente defende que a gestão seja mais profissionalizada possível e, para alguns, isto significaria a presença de pessoas que tivessem capacidade técnica comprovada. Pessoalmente, acho isto um equívoco. Não defendo alguém tão somente com capacidade política, penso que temos que combinar a capacidade política com a capacidade técnica. No nosso caso, promoção de políticas de gênero e políticas de promoção da igualdade racial. Não basta que a pessoa, para captar recursos para promoção destas políticas tenha capacidade técnica de como elaborar, é necessário que ela tenha conhecimento da política, do acumulo das questões relacionadas a estes dois temas para que se possa ter um projeto básico adequado para atender a demanda comunitária. Claro que defendo, que você possa ter uma burocracia estável, independente dos governantes eleitos, para que não haja descontinuidade na administração pública, porém, mesmo assim, é fundamental que junto com o governante eleito pelo voto do povo possa vir também algumas pessoas que ocupem os cargos máximos de secretários,subsecretários e gerentes para implementar na prática o plano proposto pelo candidato eleito, durante o processo eleitoral . Precisamos ter um processo eleitoral onde os candidatos efetivamente “não vendam facilidades” e façam um debate efetivo sobre rumos que querem dar para a cidade a partir de sua gestão. Este é um grande desafio, importante para todos nós brasileiros/as tendo em vista que estamos iniciando um processo eleitoral que vai eleger prefeitos/as, vereadores/as em todo o Brasil.

No contexto de um país ainda assolado por uma utilização inadequada dos recursos públicos, conforme nos noticiam os meios de comunicação, talvez possamos ter esperança de melhores dias se pudermos transportar para a totalidade da gestão pública os controles que estão sendo estipulados ao nível de acompanhamento dos convênios, em especial, com o governo federal através do SINCONV. Já pensou se as câmaras municipais tivessem mais capacidade técnica/política de efetivamente fiscalizar o poder executivo, cumprindo assim a sua finalidade política?

Destaco também o texto que nos apresenta Luck(2003) que fala sobre o que não deve ser feito. Destaco neste texto a referencia de que não devemos gastar um recurso se ele não for efetivamente gerar resultado, sem cumprir os objetivos propostos e as metas esperadas.

Finalmente, chamo atenção para a questão da ética na gestão pública que deve nos desafiar permanentemente. A questão ética deve ser uma questão de permanente vigilância. Neste sentido Sérgio Roberto Bacury Lira nos lembra sobre a necessidade de planejamento, transparência, controle e responsabilidade, destacando especialmente alguns desafios:

- investir no planejamento das ações;
- articular as ações levando em conta o orçamento disponível;
- descentralizar suas ações, delegando responsabilidades;
- socializar informações;
- não inventar a roda, mas aproveitar o que existe e o que é bem sucedido e adequar a nossa realidade;
- lembrar sempre que fomos responsáveis sob  o ponto de vista legal e político.

Na condição de gestores, penso que as reflexões que nos foram apresentadas acima, ajudam a pensar efetivamente uma administração feita na perspectiva de atender efetivamente o interesse público e, em especial, para as demandas sociais no campo da formulação de políticas públicas de gênero e raça.



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